Foi a própria geografia e a natureza que atraíram os homens para esta região graças á confluência dos rios Tejo e Zêzere, proporcionado recursos, segurança e também uma via de comunicação. A pequena colina sobranceira á foz do Zêzere onde está implantada a vila terá tido ocupação bastante mais remonta, porém é aos Romanos que se atribui a criação de um povoado com maior importância chamado Pugna Tagi. Este nome - Pugna Tagi, estaria relacionado com o violento desaguar do rio Zêzere no Rio Tejo, numa altura em que os caudais seriam provavelmente maiores e os rios estariam menos assoreados.
No concelho existem ainda vestígios arqueológicos da Cidade da Escória (Montalvo) e as ruínas do complexo termal da “villa” romana de Alcolobre (Santa Margarida da Coutada).
Com o passar dos anos e o desaparecimento do Império Romano e depois de um curto período de ocupação pelos povos Bárbaros, Pugna Tagi viu chegar os Mouros, que mantiveram a vila graças à sua importância como um movimentado e importante porto fluvial onde chegavam os produtos de uma vasta região que ia desde a Serra da Estrela até ao Alentejo, sendo depois embarcados rumo às cidades beira rio mais abaixo, mas sobretudo á capital.
Com a chegada do período da reconquista Cristã, o rio Tejo assumiu-se como uma grande fronteira entre os Cristãos a norte e os Muçulmanos a sul, por isso urgia defender toda esta vasta região. Punhete terá sido conquistada em 1150, e foi por iniciativa da Ordem dos Templários, que se terá construído ou eventualmente reparado um castelo por Gualdim Pais, junto da foz do rio Zêzere, uma vez que este era um local particularmente importante na defesa de toda a região face ás forças muçulmanas a sul
A antiga Pugna Tagi chamava-se agora Punhete, e fazia parte do concelho de Abrantes, que recebeu foral em 1179, até que em 1571 D. Sebastião lhe concedeu o Foro. O Rei terá se refugiado aqui em 1569 para fugir á Peste, e dois anos mais tarde concedeu-lhe então o Foro, mantendo ainda assim relação com Abrantes, o que causou algumas desavenças.
D. Sebastião terá ficado hospedado num palácio renascentista, mandado erguer em 1530 por D. João de Sande, senhor de Punhete, sobre uma antiga construção que já teria sido fortaleza mourisca e castelo medieval. Esse palácio ficaria desabitado no século seguinte e entrou em ruína, dele restando no início do século XX apenas uma torre, que viria a ser demolida em 1905. Desta construção já não resta nada a não ser a memória do povo que continua a chamar Torre a esta zona.
Constância assume também uma relação especial com Luís de Camões, pois diz-se que o maior poeta Português aqui terá vivido durante os anos de 1546-47. Da casa quinhentista onde o poeta viveu apenas sobra algumas ruinas, e sobre a qual se ergueu a Casa Memória de Camões.
Há semelhança do que aconteceu um pouco por toda a região, as invasões Francesas causaram grandes estragos na vila, sobretudo em 1807, quando as tropas do general Junot aqui ficaram retidas durante vários dias devido á impossibilidade de cruzar o rio Zêzere, particularmente caudaloso nesse ando devido á muita chuva que caiu,
Punhete passaria a chamar-se Notável Vila da Constância em 1836, quando D. Maria II visitou a vila e lhe mudou o nome a pedido dos habitantes que não gostavam no nome que tinham até em tão, reconhecendo a constância demonstrada pela sua gente no apoio à causa liberal.
Uma grande melhoria para a Constância chegou em 1861 trazida pelo caminho de ferro. A construção da Linha do Leste trouxe não só um novo e rápido meio de transporte, mas também a construção da ponte sobre o rio Tejo, a primeira em território Português passando finalmente a existir uma forma segura de cruzar o rio. Em 1892 foi construída uma segunda ponte na vila, desta vez a ponte sobre o Rio Zêzere, pondo finalmente fim ao "isolamento" da vila.
Em 1868, o Concelho de Constância foi extinto e anexado ao de Abrantes, mas apenas por um curto período. O Arquivo do Município chegou a ser levada para Abrantes regre, mas regressou pouco tempo depois,
Em 1895 o concelho volta a ser extinto e anexado ao de Abrantes, originando grandes protestos dos habitantes locais. Em 1896, quando reio D. Carlos visitou a vila os habitantes entregaram ao monarca um abaixo-assinado em que se pedia a restauração do Concelho. Os desejos dos locais foram atendidos em 1898, quando o concelho é restaurado logo nos primeiros dias do ano.