MARVÃO
É o destino
A histórica vila de Marvão situada no cume da Serra do Sapoio, a uma altitude que passa os 800 metros é uma das mais bonitas e interessantes vilas do Alto Alentejo, conservando em grande parte o desenho medieval das suas ruas e casas, construídas no interior da fortaleza que domina toda a paisagem e controla um vasto território que se expande não só por Portugal mas Espanha a dentro.
Marvão é uma das mais belas vilas Alentejanas, que surpreende quem a visita com uma paisagem espetacular e com um casario histórico que nos transporta no tempo, séculos para trás quando Portugal era governado pela Monarquia. Esta vila histórica mereve uma visita demorada para poder ser apreciada na sua plenitude.
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A HISTÓRIA
Não é certa a origem de Marvão, sendo provável que remonte á época pré-histórica pelas características da Serra que lhe conferia segurança aos habitantes. É certo que desde o período romano que os rochedos de Marvão são utilizados como refúgio ou como um ponto estratégico militar. No século X foi considerada pelo historiador cordovês hispano-muçulmano Issa ibne Amade Razi como Amaia de ibne Maruane e Fortaleza de Amaia, fortaleza que em 884 foi utilizada como refúgio ao fundador de Marvão, o rebelde ibne Maruane conhecido também por "O Galego".
D. Afonso Henriques conquistou Marvão aos Muçulmanos durante as campanhas da reconquista que tiveram lugar entre 1160 e 1166, porém uma nova investida dos Mouros em 1190 viria a reverter a situação. Sabe-se que em 1214 já se encontrava novamente sob domínio Português.
Em 1226, D. Sancho II concede foral a Marvão e ordena a ampliação do castelo. Em 1300, D. Dinis confirma o antigo foral e manda realizar obras de ampliação e reforço das defesas incluindo a construção da torre de menagem.
Pela sua localização próxima da Fronteira, Marvão sempre foi um alvo apetecido por parte dos invasores e um ponto estratégico de defesa do território Português. Ao longo dos séculos passou por diversos períodos agitados tanto por questões de politica interna, como de ataques de forças estrangeiras sendo frequentemente disputada e atacada.
O concelho de Marvão tem bastantes monumentos erguidos ao longo dos tempos desde as Antas pré-históricas, passando pela espetacular cidade Romana de Ammaia que ainda tem muitos segredos por revelar, até ao dominador Castelo de Marvão. São muitos outros os monumentos que merecem a sua visita, como as Caleiras de Escusa, antigas minas de cal, atualmente desativadas e o Convento de Nossa Senhora da Estrela.
O TERRITÓRIO
Marvão está inserida no Parque Natural da Serra de S. Mamede, que apesar de fortemente humanizado e com uma marcada componente rural é ainda uma área bastante interesse para a conservação da biodiversidade pois a serra de S. Mamede, a mais elevada a sul do Tejo, funciona como uma “ilha biológica” em que se encontram isoladas espécies da fauna e da flora que só se voltam a encontrar no norte do país. Não será assim de estranhar que nesta zona ocorram diversas espécies raras e em risco, tanto de anfíbios, como de repteis, mamíferos e aves. Uma das mais espetaculares aves que aqui se pode avistar é o Grifo, porém a "joia" desta será o Chasco-Preto, Oenanthe leucura, uma pequena ave de plumagem negra, com parte da cauda branca, e menor a um melro.
Marvão é um concelho eminentemente rural, com um povoamento disperso, cuja economia assenta na agricultura, onde os Castanheiros e as suas castanhas são reis. A sua proximidade com Espanha ditou outrora um fluxo comercial que foi decaindo ao longo dos tempos, substituído nos nossos dias por um crescente fluxo de turistas de varias partes do mundo que tem estimulado a economia local e incentivado a que cada vez mais empresários invistam em atividades relacionadas com o turismo.
A GASTRONOMIA
Marvão tem como característica gastronómica as Comidas d'Azeite, podemos encontrar nas ementas dos restaurantes, enchidos como entrada, petiscos azeitados, sopa gata, o bacalhau com couves regado por azeite, carne de porco frita com migas de batata e como sobremesa as famosas tibornas. Já nas doçarias típicas do conselho, temos as boleimas de maça, o arroz doce, as broas de mel e as rosquilhas.
A madeira dos castanheiros é a principal matéria prima utilizada pelos artesãos de Marvão, sendo empregue em diversas artes onde se destacam escadas em castanho, os bordados tradicionais com casca de castanha e a cestaria em madeiro de castanheiro.
Para além de trabalhos em castanha podemos encontrar outros objetos produzidos em madeira, barro , ferro e cortiça.
O QUE FAZER
O território de Marvão, as suas serras e florestas oferecem aos visitantes e habitantes locais diversas oportunidades para a prática das mais variadas atividades ao ar livre, desde a prática do BTT, passeios de todo-o-terreno, passeios e rotas a Cavalo, Trekking, visitas ao Centro Histórico da Vila De Marvão ou até passeios de Rail Bike na bela linha de comboio do Ramal de Cáceres, hoje em dia desativada para os comboios mas que oferece um rara oportunidade em Portugal de poder disfrutar de uma linha de comboio para fins puramente turísticos.
O ambiente histórico, cultural e natural de Marvão são elementos que contribuem para uma excelente qualidade de vida dos residentes e uma excelente hospitalidade aos seus visitantes não é por coincidência que faz parte do famoso livro "1000 Places to See Before You Die", em português "1000 Lugares para Conhecer antes de Morrer".
A CIDADE DE AMMAIA
A Cidade de Ammaia é indubitavelmente o mais importante vestígio da sua época existente na região do norte alentejano. Localizada em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede, em São Salvador de Aramenha, no concelho de Marvão, a sua área central é constituída pela Quinta do Deão e pela Tapada da Aramenha, possuindo uma área de aproximadamente 25 ha.
Embora as suas ruínas tivessem sido classificadas como Monumento Nacional em 1949, estiveram abandonadas até finais de 1994. A partir desta data e com o aparecimento da Fundação Cidade de Ammaia vêm-se desenvolvendo todos os esforços no sentido de estudar e preservar o que resta desta importante cidade. Ammaia foi elevada a Civitas por volta do ano 44/45 d.C. tendo obtido o estatuto de Mvnicipivm ainda durante o séc. I d.C., no entanto apenas temos dados sobre o mesmo no reinado de Lúcio Vero, no ano de 166 d.C.
Mais informação sobre este monumento pode ser encontrada no site oficial da Fundação Cidade de Ammaia: http://www.ammaia.pt/
Fontes: Municipio de Marvão / Fundação Cidade Ammaia / Outros