A HISTÓRIA
Antigos povos e os seus vestígios, personalidades ilustres, ruínas, templos religiosos, vestígios do mundo agrário e da faina pesqueira.
Com cerca de 179 quilómetros quadrados, Vila do Bispo confina com os Municípios de Aljezur, a Norte e Lagos a Este e Nordeste, estando depois rodeado pelo Atlântico a Sul e a Oeste.
O povoamento do território hoje conhecido como Vila do Bispo remonta aos tempos pré-históricos, comprovado pelos vestígios que ficaram da sua passagem (os concheiros), e também alguns monumentos como os conhecidos menires. Para os Romanos e os outros povos oriundos do Mediterrâneo, este território era uma referência geográfico que marcava as suas viagens marítimas, mas era também uma zona com alguma mística e importância no que diz respeito à exploração dos recursos do mar na zona costeira.
Depois dos Romanos seguiram-se os Muçulmanos e posteriormente os cristãos que recuperaram estes territórios em 1249 com D. Afonso III e os cavaleiros de Santiago integraram o Algarve nos domínios do Reino Português. Nos Séculos XIII e XIV (nos reinados de D. Dinis, D. Afonso IV e D. Fernando, o Formoso), já é mencionada a existência de algumas localidades como Budens, Raposeira e Figueira (ainda hoje existentes, sendo duas delas sede das respetivas freguesias). A consolidação do territórios fez com a construção de estruturas religiosas, e de vigilância e defesa costeira (igrejas, ermidas, atalaias e fortificações).
O Infante D. Henrique, que, entre outras realizações criou em Sagres novo local onde junto pessoas de origens diversas ei impulsionou a exploração marítima realizadas pelos Portugueses. Com a crescente importância de Sagres na navegação Portuguesa, também esta zona ganhou importância quer ao nível politico, como social e económico.
1662: o Nascimento de um Concelho
Nos inícios do Séc. XVI a zona do Cabo de São Vicente pertencia a um Bispo de Silves, D. Fernando Coutinho. Durante uma visita do Rei D. Manuel I a esta zona do Algarve, o Prelado colocou à disposição do Soberano as suas terras, que como forma de agradecimento, doou a aldeia de Santa Maria do Cabo ao bispo, passado esta antiga aldeia a ser conhecida como a Aldeia do Bispo. D. Fernando Coutinho.
Apesar de pertencer à Igreja, D. Fernando Coutinho deixou descendência, sendo que após a Restauração da Independência Portuguesa esses mesmos familiares viriam a solicitar à Coroa que lhe fosse concedida a Aldeia do Bispo, mais propriamente através do 2.º Conde de São Lourenço e senhor de Sagres, casado com D. Madalena da Silva.
Após uma disputa com o Concelho de Lagos o Rei D. Afonso VI acedeu ao pedido do fidalgo e concedeu-lhe a localidade, com a condição de que aquele a elevasse a Vila, com jurisdição própria. Assim nasceu, por alvará régio de 26 de Agosto de 1662, o Concelho de Vila do Bispo. Porém, 10 anos depois Vila do Bispo passaria para a posse da coroa devido aos abusos de fidalgo.
O Concelho de Vila do Bispo viria ser extinto 2.ª metade do Séc. XIX, durante os reinados de D. Pedro V e de D. Carlos I (durante curtos períodos de tempo), devido a reformas administrativas e pareceres de comissões governamentais. Durante este período freguesia da Bordeira deixou de pertencer a Vila do Bispo e foi integrada no Concelho de Aljezur.