SILVES
DA TERRA AO MAR
A sul, com os pés bem firmados na serra e os olhos postos nas águas mornas da costa Algarvia encontra-se o concelho de Silves, o maior do Algarve e um dos maiores de Portugal em extensão. Dono de um riqueza natural e paisagística impar e muito rica, Silves sae receber o visitante e leva-o a conhecer um Algarve que é diverso, rico e que ainda esconde alguns segredos.
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TERRITÓRIO
O concelho de Silves estende-se ao longo de mais de 680 quilómetros quadrados, que vão deste as praias da costa atlântica a sul até á serra a norte e à fronteira com o Alentejo onde toca nos municípios de Ourique, Odemira e Almodôvar. A leste, os municípios de Loulé, Albufeira e Lagoa são os seus vizinhos, enquanto a Oeste encontram-se os municípios de Portimão e Monchique.
O vasto território de Silves é bastante variado e alberga vários ecossistemas bastante distintos. Embora se possam encontrar ainda outros "nichos", as principais áreas naturais do concelho são a: a Serra, o Barrocal e o Litoral.
A zona da Serra é a mais interior do concelho, numa faixa que integra, sobretudo, a freguesia de São Marcos da Serra na parte mais a norte. Possui um relevo bastante acidentado, com montes e vales profundos onde correm ribeiras sazonais. Toda esta zona está essencialmente por montados e matagais de estevas e medronheiros, sendo a área menos povoada de todo o concelho, fruto das suas próprias condições mais inóspitas.
Descendo um pouco em direção a sul e ao mar encontramos o Barrocal, encaixado entre a zona Serra e o Litoral. Aqui a paisagem muda um pouco, embora o relevo ainda seja sinuoso, com os cerros a surgirem paralelos à linha de costa, ao mesmo tempo que entre eles existem férteis vales utilizados para a agricultura. É a zona onde do concelho com as características mediterrânicas mais vincadas, possuindo grande riqueza de espécies de plantas aromáticas e melíferas, bem como grandes pomares de laranjeiras, oliveiras, alfarrobeiras e amendoeiras.
Chegados ao Litoral é aqui que encontramos o maior número de habitantes e a paisagem mais transformada. Ao logo dos anos toda esta zona foi sendo ocupada pelas atividades ligadas ao turismo, ocupando grande parte dos terrenos que anteriormente acolhiam hortas, e pomares de citrinos e figueiras. Este é o verdadeiro "coração económico" do concelho, pois é aqui que existem as maiores explorações turísticas do concelho, tendo a pesca, igualmente, grande relevância nas atividades económicas que ali se realizam. Apesar de já muito modificado, nesta zona ainda podemos encontrar alguns ambientes naturais, sobretudo a zona de dunas, estuário – ribeira de Alcantarilha – lagoa e costa.
SILVES
A cidade de Silves está edificada numa colina sobre um maciço rochoso da Serra, banhada pelo Rio Arade na sua extremidade mais a Sul. Este local terá tido ocupação desde que os primeiros humanos aqui chegaram, sendo que o povoada em si terá tido origem num outro povoado de origem fenícia que se localiza a apenas 2 quilómetros da atual Silves.
Os Romanos também por aqui passaram e deixaram a sua marca, sendo no entanto desconhecido até que ponto terão feito crescer o povoado. É-lhes no entanto atribuído a construção da primeira muralha da cidade e da ponte que cruza o rio, conhecida como Ponte Velha.
É descrita por geógrafos do Século XII como sumptuosa e imponente e comparada em grandiosidade com cidades como Lisboa, Sevilha e Córdova. Durante a ocupação Árabe, foi um importante centro económico e social, mas sobretudo cultural, tendo recebido o justo título de "berço da poesia arábico–andaluza". É desta época que datam os principais monumentos da cidade, dos quais se destacam o Castelo, importante fortificação militar, dos mais bonitos e bem conservados do país, e o Poço – Cisterna Almóada, exemplar único à escala mundial. Passa definitivamente para a posse dos Cristãos em 1242 e obtém o seu primeiro foral em 1266 de D. Afonso III, sendo este revogado em 1504 pelo de D. Manuel.
HISTÓRIA
À semelhança do que acontece em muitas outras localidades de Portugal, a presença de um rio e a localização privilegiada junto á costa terão sido fatores com algum relevo na escolha de Silves e de outras localidades atuais ou já desparecidas para que se tivessem instalado pequenos povoados que mais tarde e com florescer da agricultura se viriam em aglomerados populacionais de maiores dimensões.
De acordo com os estudos feitos, existem vestígios de ocupação humana em vários locais do concelho que recuam até aos tempos da pré-história, sobretudo ao longo do curso do rio Arade. Os monumentos megalíticos como os menires do Monte Roma, em Silves, e os menires da Vilarinha, são testemunhos que remontam ao período Neolítico. Numa fase posterior, terá ocorrido exploração de minerais nas margens do rio Arade durante o período da Idade do Bronze, do qual resistiu até aos nossos dias a Necrópole da Alfarrobeira.
A cerca de 2 quilómetros da cidade de Silves, na fachada norte de uma colina no Cerro da Rocha Branca, encontram-se as ruínas de uma importante feitoria do 1º milénio a.C. Aparentemente este povoado terá sido de Cilpes, que manteve relações comerciais com povos de remotas regiões do Mediterrâneo oriental, como os fenícios, gregos, cartagineses.
A chegada dos Romanos a esta região trouxe novos modos de viver, novas praticas agrícolas, uma nova cultura mas também uma forma diferente de encarar a defesa e segurança dos povoados, sendo atribuída aos Romanos a construção das primeiras muralhas de defesa de Silves. Alguns autores atribuem também aos Romanos a construção da "Ponte Velha" que cruza o Rio Arade.
Depois de um curto período que se seguiu ao desmoronar do império romano, chegaram os Muçulmanos, cuja prolongada permanência e sua preponderância cultural se mantiveram desde os séculos VIII a XIII, e marcaram profundamente a história e o urbanismo de Silves e do seu concelho.
Inicialmente terá sido povoada por árabes do Mediterrâneo Oriental, amantes das artes e das ciências, permitindo o desenvolvimento deste importante pólo cultural e político do al-Gharb al-Andaluz, nos séculos IX a XII. Ficou na memória dos seus habitantes, a Medina Xelb conhecida, como a cidade de filósofos e poetas, Ibn Caci, Ibn Ammar ou o rei Al-Mutamide.
Terá sido em 1189 que os Portugueses conquistaram pela primeira vez Silves, quando as tropas lideradas por D. Sancho I, assistidas por um contingente de Cruzados em trânsito para a Terra Santa entraram na cidade. Porém esta conquista durou apenas dois anos, até que os Muçulmanos conseguiram reocupar Silves e repelir os invasores. Para uma melhor defesa Al-Mansur dota a cidade com fortes muros e infraestruturas de aprovisionamento de água. Os cristãos só conseguem conquistar Silves definitivamente em meados do séc. XIII. D. Afonso III, apressa-se a nomear um bispo para esta sede episcopal, e logo a cidade se tornou capital de todo o Algarve. No séc. XV o infante D. Henrique concentra-se nesta urbe, e impulsiona ativamente a participação das suas gentes nas viagens marítimas dos descobrimentos portugueses.
O século XVI marca o inicio do declínio de Silves. O assoreamento do rio, principal via de comunicação com o exterior, a formação de áreas lodosas tornara a cidade insalubre. O prelado transladou-se para Faro em 1577, sob forte contestação popular, e esta transferência, foi seguida pelos influentes homens de negócios que animavam a vida económica da cidade. O Terramoto de 1755 foi o golpe de misericórdia numa povoação que definhava à anos, deixando muito poucos edifícios de pé.
No século seguinte tiveram lugar as invasões francesas, bastante nefastas em muitas localidades do Pais. A corte portuguesa foge para ao Brasil e por todo o país surgem convulsões sociais. Em Silves, as guerras entre liberais e absolutistas, tiveram na região importante figura local, o guerrilheiro absolutista Remexido.
A segunda metade do século XIX trouxe para Silves a indústria corticeira, assim como, todo o comércio e pequenas unidades fabris relacionados com este tipo de exploração florestal e a industria a si associada. A chegada do caminho-de-ferro é outro importante marco no crescimento e desenvolvimento da povoação e da região. Silves torna-se assim um importante centro operário e industrial, prosperando em população e novas edificações, desenvolve-se política e culturalmente para as causas republicanas e sindicalistas que ainda hoje se reconhecem na toponímia das suas ruas. O Estado Novo põe termo ao ciclo industrial da cortiça. A decadência da agricultura assente na produção de frutos secos é substituída por uma prática agrícola apoiada no regadio e na produção de citrinos. Esta última consentida com a construção da Barragem do Arade e de importantes infraestruturas de irrigação que elevam este concelho ao mais importante centro produtor nacional de Laranja.
Com o desenvolvimento das atividades turísticas na segunda metade do Sec XX, toda a orla costeira do concelho de Silves se transformou, acolhendo inúmeras unidades turísticas de várias dimensões e atraindo muitos milhares de turistas todos os anos.
PATRIMÓNIO
CASTELO DE SILVES
O Castelo de Silves é uma das mais notáveis obras de arquitetura militar que os árabes deixaram entre nós, com mais de mil anos de existência.
Esta fortificação situa-se no ponto mais elevado da colina em que a cidade assenta. Forma um polígono irregular, rodeado por uma forte muralha em taipa, revestida a arenito vermelho – o grés de Silves, e ocupa uma área total de cerca de 12.000m2. Profundamente devastado por inúmeros sismos, é objeto de obras de restauro na década de 40 do século XX, assumindo a sua traça atual através da intervenção promovida no âmbito dos Planos de Fomento.
Ainda no seu exterior, junto à entrada principal poderá encontrar uma escultura em bronze representativa do rei D. Sancho I, monarca que em 1189 conquistou pela primeira vez, com o auxílio dos Cruzados, a cidade de Silves aos árabes.
MUSEU MUNICIPAL DE ARQUEOLOGIA DE SILVES
Museu Municipal de Arqueologia de Silves foi construído em torno do admirável Poço-Cisterna Almóada dos séculos XII-XIII – descoberto após escavações arqueológicas decorridas nos anos 80 do séc. XX e hoje classificado como Monumento Nacional – que se tornou a peça central da coleção e do discurso expositivo. Cenograficamente integra, também, a muralha da cidade do mesmo período, funcionando, assim, não só como um museu onde as coleções expostas são muito significativas, mas também como uma joia do património islâmico em Portugal.
O acervo do Museu, na sua maioria proveniente das escavações decorridas na cidade e no concelho, reúne um conjunto de objetos do Paleolítico, os mais antigos, passando pelo Neolítico, pelo Calcolítico, pela Idade do Bronze, pela Idade do Ferro, pelo Período Romano e destacam-se, não só pela quantidade, mas também pela qualidade e exceção, as peças do Período Medieval, com destaque para o Período Muçulmano – Omíada, Califal, Taifa, Almorávida e Almóada, desde o século VIII ao século XIII, na sua maior parte do período Almóada, dos séculos XII-XIII –, que são prova da riqueza e da importância da cidade naquele período histórico.
A coleção reúne, ainda, um importante conjunto de objetos do período moderno – séculos XV, XVI e XVII –, que demonstra a influência das rotas comerciais e a importância das trocas e contactos da cidade com outras regiões do globo.
CASA DA CULTURA ISLÂMICA E MEDITERRÂNICA
Edifício construído para Matadouro Municipal de Silves, nos finais de 1914, a presente Casa da Cultura Islâmica e Mediterrânica procura transmitir o esplendor da Silves muçulmana. A cidade vê-se assim dotada de um edifício industrial neomudejar, cujo projeto de recuperação é da autoria do Arquiteto José Alberto Alegria.
A Casa da Cultura Islâmica e Mediterrânica é um equipamento, cuja finalidade é a promoção da cultura, particularmente a islâmica e a mediterrânica, influências estas que formam a identidade cultural da cidade de Silves e do seu concelho.
Atualmente a Casa da Cultura Islâmica e Mediterrânica promove iniciativas culturais que visem o enriquecimento cultural dos munícipes, tais como conferências, exposições, debates, leitura, lições ou pequenas palestras.
Fonte: Municipio de Silves
PATRIMÓNIO NATURAL
FAUNA E FLORA
Com um tão vasto território e uma tão grande variedade de habitats, Silves possui também uma grande de animais e plantas. A flora existente tem características marcadamente mediterrânicas, embora com diferenças em relação a outras zonas, nomeadamente pela presença de espécies endémicas e ibero-mauritânicas. A Alfarrobeira é uma das espécies mais significativas, sendo o Barrocal a zona que apresenta maior diversidade de flora. Salienta-se um facto curioso: nesta zona proliferam as orquídeas, como a erva-abelha (Ophrys apifera) e a erva-mosca (Ophrys bambyliflora), entre outras.
No que diz respeito à fauna, há a presença de espécies de diversos grupos, desde os anfíbios e peixes, quer de água doce, quer de água salgada; os répteis, bastante abundantes, como o sardão (Lacerta lépida) ou a Lagartixa-do-mato (Psammodromus algirus); os coelhos e demais animais apreciados pelos caçadores e mais de 150 espécies diferentes de aves que anualmente visitam ou residem na área do Concelho de Silves. A parte litoral do Concelho apesar de reduzida quando comparada com o demais território, possui uma fauna muito rica, sobretudo pela existência de dois ecossistemas húmidos: a foz da Ribeira de Alcantarilha e, sobretudo, a Lagoa dos Salgados.
Subindo á serra, surgem alterações tanto nas plantas como nos animais existentes. O sobreiro (Quercus suber), p carvalho-cerquinho (Quercus faginea) e o medronheiro (Arbutus unedo) são algumas das árvores e arbustos mais comuns. Na proximidade dos cursos de água predomina o freixo (Fraxinus excelsior), associado a outras espécies menos frequentes, como o amieiro (Alnus glutinosa). Nos cursos de água mais pequenos, predomina a adelfeira.
Fauna
Entre os animais que vivem nesta zona podemos encontrar diversas aves como a Águia-de-bonelli (Hieraaetus fasciatus), Águia-imperial-ibérica (Aquila heliaca adalberti), Cegonha-preta (Ciconia nigra) e o Bufo-real (Bubo bubo). Nos mamíferos encontram-se a Lontra (Lutra lutra), Sacarrabos (Herpestes ichneumon), a Raposa (Vulpes vuples), o Veado (Cervus elaphus), Coelho (Orictolagus cuniculus), a Lebre (Lepus capensis), a Gineta (Genetta genetta), o Ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus) e o Javali (Sus scrofa) cada vez em maior número e considerado em alguns casos como uma praga, dado os danos que provoca tanto no meio natural como nos campos agrícolas.
Nos curso de água existem diversas espécies de peixe, incluindo o Escalo-do-Arade (Squalius aradensis), o Saramugo (Anaecypris-hispanica), Boga-do-Sudoeste (Iberochondrostoma almacai)
CURSOS DE ÁGUA
Os rios e ribeiros do concelho de Silves são, na sua maioria sazonais, muitas das vezes só tendo água na sequencia de um período de chuva mais intenso, voltando a secar rapidamente após a chuva terminar.
Um dos principais cursos de água é a ribeira de Odelouca (nasce no concelho de Almodôvar), que se junta à ribeira do Arade (o outro curso de água de maior importância no concelho) no sítio da Atalaia, concelho de Silves. A ribeira do Arade ganha o estatuto de rio, segundo algumas fontes científicas, a partir desse sítio. Este curso de água passa pela cidade de Silves e desagua em Portimão, no Oceano Atlântico, seno o mais importante rio algarvio. É navegável desde a foz até Silves.
A LAGOA DOS SALGADOS (PÊRA)
A Lagoa dos Salgados foi considerada como Área Importante para as Aves (IBA-Important Bird Área) a nível comunitário. Esta Lagoa é um pequeno sistema lagunar que assume maior dimensão na época das chuvas. Apresenta um mosaico de pequenas ilhotas de vegetação, núcleos de plantas hodrófilas e halófilas, e água livre de profundidade variável. Esta característica permite a presença de um vasto leque de espécies pernaltas desde as mais pequenas como o borrelho-de-coleira-interrompida, passando pelas de dimensão média, como o perna-longa, até às maiores – o flamingo ou o colhereiro.
PRAIAS
Praia Grande - Pêra
A vila de Pêra encontra-se envolvida numa paisagem magnífica, onde sobressaem o extenso areal da Praia Grande, o sapal, as dunas, a Foz da Ribeira de Alcantarilha e a Lagoa dos Salgados que constituem reserva ecológica.
O extenso areal da Praia Grande estende-se por mais de 2 km de paisagem aberta e desprovida de marcas humanas. O mar é normalmente calmo, excelente para nadar e óptima para crianças, pela sua segurança. Aqui é possível fazer um percurso de natureza ao longo da praia e dos campos agrícolas, que dá a conhecer os diversos habitats do local, sendo a Lagoa dos Salgados um local propício à observação de aves.
Armação de Pêra
Situada numa ampla baía, as suas praias estendem-se por um vasto areal com cerca de 3 km de extensão, limitado pelas ribeiras de Alcantarilha e de Espiche. Armação de Pêra, sendo uma das maiores praias de areia do Algarve, é das mais frequentadas no Verão e local de eleição de muitas famílias. O areal estende-se junto à costa, onde se multiplicam cafés com esplanada, lojas, restaurantes e um amplo passeio pedonal, fruto das recentes obras de requalificação da frente de mar.
A leste da praia e relembrando a tradição piscatória de Armação de Pêra, o areal encontra-se ocupado por coloridas embarcações de pesca. É também considerado um dos melhores locais da Europa para a prática de mergulho, albergando uma grande variedade de espécies marinhas.
As praias de Armação de Pera e Pera são reconhecidas pela chancela europeia da “Bandeira Azul”.
GASTRONOMIA
A gastronomia de Silves está intimamente ligada com a sua longa e rica história e também com o seu território e a grande variedade de produtos que ali têm origem.
De entre os muitos pratos que compõem "o menu local", as papas de milho, a galinha de cabidela ou com grão e as ervilhas com ovos e chouriço são alguns dos que merecem destaque.
Sendo um município que é banhado pelo mar, o peixe e marisco são elementos quase obrigatórios, e neste caso destacam-se os carapaus alimados, as lulas recheadas, a caldeirada de peixe e a “cataplana”.
Deixando o mar á distância e começando a subir á Serra, outros sabores começam a surgir, e o peixe é agora substituído pela carne, sobretudo pelas espécies de caça, sendo comuns os pratos com javali, lebre, coelho ou perdiz. As carnes de borrego e de cabrito são também bastante comuns.
Uma vez que se trata de um concelho Algarvio, os frutos secos são também muito comuns e muito utilizados na doçaria. O figo, a amêndoa e a alfarroba são os mais utilizados na confeção de deliciosos doces. As estrelas, o D. Rodrigo, a tarte de amêndoa, o morgado, o bolo de figo, a tarte de alfarroba e os bolinhos de amêndoa, verdadeiras obras de arte em forma e sabor. As laranjas açucaradas e as tangerinas são um preferencial complemento às refeições.
Para terminar, um cálice do famoso e muito saboroso "Medronho", uma água ardente típica e muito apreciada, produzida com medronhos, que são frutos silvestres muito comuns nesta região.
VINHOS
Silves também tem produção de vinho, tendo o concelho oito produtores, todos eles com vinhos de grande nível e marcas apelativas, de reconhecida qualidade.
Vinhos tintos: Com predominância da casta negra mole, ostentam uma cor rubi bastante aberta, com tonalidades de morango e nuances de tijolo; aromas discretos, com notas de frutos silvestres; o sabor mostra taninos macios e delicados e uma estrutura fina e equilibrada.
Vinhos brancos: Cor carregada, aromas a frutos de polpa branca bem maduros, sabores quentes e aveludados, com forte presença de álcool.
Vinhos licorosos: Cor dourada profunda com nuances acobreadas; aromas fumados e a frutos secos; com sabores de grande complexidade e secura, são excelentes como aperitivos.
SILVES, CAPITAL DA LARANJA
O concelho de Silves é conhecido há muitos anos por produzir laranjas de grande qualidade, identificadas em muitos locais como “Laranjas de Silves” e associadas à doçura, quantidade de sumo e delicadeza de aromas excecionais.
A laranja é um fruto originário da Ásia, mais precisamente da região situada entre a Índia e o Sudeste asiático, sendo cultivada há mais de 7000 anos. Os primeiros pomares surgem no Ocidente, a partir do séc. I AD e localizam-se no Norte de África (desde a Líbia, até Marrocos) e eram, habitualmente, propriedade de cidadãos romanos.
Não sendo certo, assume-se que terá sido durante o período do Califado Islâmico do Norte de África e Sul Peninsular, por volta do século XI, que a laranja terá regressado à Europa depois do abandono no período pós-romano. Terão sido sementes trazidas da Pérsia que deram origem aos pomares na Península Ibérica. A laranja denominada Sevilha foi uma nova variedade introduzida na região. Continha mais pectina e apresentava uma casca mais espessa, muito utilizada na produção de licores, compotas e perfumes.
A laranja doce, ao contrário da amarga, só é introduzida na Europa no século XVI, por mercadores portugueses, que a trazem da Índia. A sua cultura espalha-se rapidamente, introduzindo-se em pomares por toda a Europa do Sul, desde Portugal até à Geórgia, acabando por serem denominadas “Portuguesas” em vários países, especialmente nos Balcãs.
Na Ásia e Médio Oriente, a laranjeira assumiu o papel de árvore ornamental. Era igualmente uma planta comum nos pátios das casas árabes abastadas, geralmente associada a uma fonte ou a um lago.
Atualmente, a laranja é o segundo fruto mais consumido no mundo, a seguir à maçã.
ECONOMIA
O setor terciário, sobretudo as atividades relacionadas com o turismo têm um peso muito expressivo na economia do concelho de Silves. A sua orla costeira abriga inúmeras unidades hoteleiras das mais variadas dimensões, que são atualmente um dos pilares da economia do concelho, quer diretamente, quer indiretamente pelo estimulo que induzem em diversas outras atividades.
As atividades ligadas ao setor secundário (transformação, industria) têm também algum peso na economia local, mas a grande distância do setor dos serviços.
Finalmente o setor primário ainda mantem também alguma importância, quer seja pela existência pomares de diversas arvores de fruto, a vinha ou pequenas explorações hortícolas. Nas zonas da serra, a exploração florestal assume alguma importância.
Fontes: Municipio de Silves, Junta de Freguesia de Silves, Wikipedia, IVV, CCDR Algarve, ICNF, Outros
MERCADOS E FEIRAS
FEIRAS DE VELHARIAS
Algoz: 1.º sábado do mês
Largo da Várzea | manhã
+ info: 282 574 385 |
S. B. de Messines: 2.º sábado do mês
Jardim Municipal | manhã
+ info: 912 267 394
Alcantarilha: 4.º sábado do mês
Sítio do Bacharel, frente ao cruzamento das Fontes da Matosa | manhã
+ info: 282 322 506 |
Mercados
Alcantarilha: 1.ª sexta-feira do mês
Largo da Junta de Freguesia | manhã
+ info: 282 322 506 |
São Marcos da Serra: 1.º sábado do mês
Recinto de feiras | manhã
+ info: 282 361 119 |
Algoz: 2.ª segunda-feira do mês
Largo da Várzea | manhã
+ info: 282 574 385 |
Silves: 3.ª segunda-feira do mês
Sítio do Encalhe | manhã
+ info: 282 442 642 |
S. B. de Messines: 4.ª segunda-feira do mês
Largo da Feira | manhã
+ info: 282 339 136 |
Tunes: 4.º sábado do mês
Rua 1.º de Maio | manhã
+ info: 282 576 288 |
Mercados Gourmet
Pêra: 3.º sábado do mês
Mercado Municipal | manhã
+ info: 282 313 894 | 282 322 506 |