HISTÓRIA
Com um território bastante irregular, com serras altas e alguns vales profundos, o concelho de Oleiros, inclui o vale do superior da ribeira da Sertã, e está protegido pelas serras do Cabeço da Rainha, do Serra do Moradal e pela Serra Vermelha. Estas condições do terreno, relativamente protegido e inacessível fizeram com que nunca tivesse tido grandes povoados, porém, também significaram a proteção dos habitantes locais quando existiam conflitos ou invasões.
Sobre o passado de Oleiros e do seu concelho não existe muita informação, mas estudos recentes permitiram identificar diversos locais de interesse histórico e confirmar outros já conhecidos, iluminando um pouco aquilo que é o passado de toda esta área. Foram encontrados Tumuli e gravuras rupestres na Serra Vermelha e na Serra de Alvélos
A primeira Carta Arqueológica do Distrito de Castelo Branco (Proença Jr, 1910) referiu a descoberta de dez “machados de pedra” neste concelho. Da Idade do Ferro está identificado um povoado da Idade do Ferro, e existem ainda outros pontos onde surgiram vestígios da mesma altura. Do período Romano conseguiu-se identificar diversos locais com ocupação, minas a uma rede viária que muito provavelmente serviria para o transporte de minério. Da época romana estão ainda referenciados dois tesouros monetários (Alarcão, 1988a; Batata, 2006) e em Vale do Souto (Mosteiro) está identificado um sítio com vestígios de presença romano-visigótica.
Julga-se que á exceção do vale da Ribeira da Sertã, o território nunca terá tido muita ocupação humana, muito embora eventuais vestígios que possam ter ficado de épocas mais remotas possam ter sido destruídos pela arborização de grande parte do concelho, em grande parte feita com recurso a maquinaria pesada.
Já depois do período da reconquista do território de Portugal aos Muçulmanos, no ano de 1194, D. Sancho I doou a D. Afonso Pelágio, Prior dos Hospitalários, uma terra à qual deu o nome de Belueer (Belver), que compreendia o domínio territorial de vários sítios, no qual estava incluído Oleiros. A 6 de Dezembro de 1232, um tal D. Mendo Gonçalves, Prior do Crato concede o primeiro foral à vila. Séculos mais tarde, já no ano de 1513, e com Oleiros já com um núcleo populacional mais vasto, 1513, D. Manuel, concede novo foral a Oleiros, que assumiu assim o rumo dos seus destinos, ainda . Também a povoação vizinha de Álvaro receberia foral, porém mais tarde viria a deixar de ser concelho e a integrar o Concelho de Oleiros.
Segundo alguns autores, Oleiros terá pertencido ao Bispado da Guarda, provavelmente atá ao ano de 1508, e depois passado para o Grão-Priorado da Ordem do Hospital ou dos frades malteses, com sede na vila do Crato.
Apesar de relativamente protegido, Oleiros sofreu com as sucessivas invasões de forças estrangeiras. Em 1762 Oleiros foi invadido e pilhado pelos Espanhóis, e depois de 1811 pelos Franceses que repetiram a façanha de pilhar e destruir grande parte do que existia á sua passagem.
Em 1834 Oleiros sobre novo revés, sendo extinto o concelho e as suas freguesias anexadas aos concelhos vizinhos. Tal decisão viria a ser anulada em 1869, sendo reposto o concelho de Oleiros tal como tinha existido nos séculos anteriores.
