MÉRTOLA
VILA MUSEU
Já com o Algarve á vista e a espreitar para Espanha, situado no extremo sudeste do distrito de Beja encontramos o Municio de Mértola, cuja sede de Concelho dista aproximadamente 50 km da capital de distrito. Apesar do território algo agreste, Mértola tem no Rio Guadiana a sua principal "fonte de vida" usada à muitos seculos como via de comunicação e de sustento dos povos que foram habitando a vila e territórios circundantes.
O concelho de Mértola tem uma extensão de 1.292,9 Km2 com o território a ser ocupado por sete freguesias que são Alcaria Ruiva, Corte do Pinto, Espírito Santo; Mértola, Santana de Cambas, São João dos Caldeireiros e a União de freguesias formada por São Miguel do Pinheiro, São Pedro de Solis e São Sebastião dos Carros.
A HISTÓRIA
Desde que os primeiros humanos pisaram o território que hoje é o ocupado pelo Concelho de Mértola que o Guadiana exerceu uma influência determinante na localização dos povoados, na cultura local e sobretudo na economia, pois o rio desde sempre que foi uma importante porta de entrada na península e parte integrante de rotas comerciais de povos tão antigos como os Iberos, Fenícios, Gregos e Cartagineses.
A chegada dos Romanos ao território no século II a.C. significou um conjunto de melhorias e modificações nos modos de vida e organização das populações locais. A partir de então este lugar passou a chamar-se a Iulia Myrtilis ou Myrtilis Iulia, consolidada a sua posição como importante entreposto comercial nas rotas maritimas que ligavam a península a outras cidades e a Roma, capital do império. A chegada dos Romanos trouxe também consigo o Cristianianismo e a construção de templos em devoção a Cristo dos quais é testemunho a Basílica Paleocristã do Rossio do Carmo.
Á semelhança do que aconteceu pela restante península, o declínio do império Romano deu a oportunidade aos Visigodos de ganharem força e tomarem o controlo do território, dos quais ainda é possível encontrar diversos vestígios pelo concelho.
Em 711 depois de Cristo, os Árabes liderados por Tarik conquistam Mértola, que uma vez mais via a sua importância reconhecida como o porto mais ocidental do Mediterrâneo consolidada o sua posição comercial. Martulah, como era designada pelos Árabes, chega a ser durante um curto período no século XI, capital de um pequeno emirado islâmico independente, a taifa de Mértola.
Em 1238 D. Sancho II dá por terminada a ocupação Árabe, reconquistando para os Cristãos a povoação de Mértola e territórios circundantes. Doada á Ordem dos Cavaleiros de Santiago, viu cair em declínio a sua importância comercial até que nos XVI e XVII recuperou parte do seu estatuto fruto do aumento da exportação de cereais para colonias Portuguesas no Norte de Africa. Entretanto em 1512, D. Manuel I concede Foral a Mértola reconhecendo a sua importância para o reino.
Durante os últimos anos do seculo XIX, a descoberta de minério na serra de São Domingo fez renascer Mértola. Na aldeia de S. Domingos ergueu-se um complexo mineiro que chegou a ter o seu próprio caminho de ferro para a exportação do minério, mas até isso viria a terminar com o esgotamento das jazidas, e uma vez mais Mértola perdeu importância, refletindo-se no numero de habitantes reduzido e mais de 50%
Mértola conserva ainda muitos traços e vestígios do seu passado, que viram luz do dia ao longo de inúmeras campanhas arqueológica que revelaram elementos da cidade Romana, da Cidade Islâmica e de outros períodos de ocupação. A própria vila conserva muitos elementos das culturas antigas que poderão ser reveladas por um olhar um pouco mais atento